Mad Max: 10 Anos Depois e a Injustiça Que Precisamos Reconhecer
- Gustavo Santos
- 3 semanas atrás
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Mad Max, lançado em 2015, é um jogo de ação open-world ambientado em um deserto pós-apocalíptico, onde os jogadores seguem Max Rockatansky em sua busca por construir o Magnum Opus, um veículo essencial para sua sobrevivência. Apesar de sua jogabilidade envolvente e combates intensos, o jogo teve recepção mista e vendas abaixo do esperado, mas conquistou um status cult ao longo dos anos, sendo celebrado por sua atmosfera e narrativa rica.
Mad Max, lançado em setembro de 2015, é um jogo que merece mais reconhecimento. Apesar de sua recepção morna, o título da Avalanche Studios traz uma experiência imersiva no universo pós-apocalíptico, capturando a essência dos filmes de George Miller.
A História por Trás do Jogo
A história por trás do jogo Mad Max começa em um período crucial para a Avalanche Studios, que até então era famosa pela série Just Cause. O jogo, lançado em 1º de setembro de 2015, não é uma adaptação direta dos filmes, mas uma narrativa original que captura a essência do universo pós-apocalíptico criado por George Miller.
O protagonista, Max Rockatansky, dublado por Bren Foster, embarca em uma jornada épica para construir o Magnum Opus, um veículo que o levará às míticas “Planícies do Silêncio”. Após ter seu icônico Interceptor roubado por Scabrous Scrotus, um tirano brutal e filho de Immortan Joe, Max se junta ao mecânico excêntrico Chumbucket, formando uma parceria que é fundamental para a sobrevivência no Wasteland.
O desenvolvimento do jogo começou em 2011, com a Avalanche Studios consultando George Miller para garantir que o tom e a estética do jogo fossem fiéis à franquia. Anunciado na E3 de 2013, o projeto passou por vários atrasos e ajustes antes de finalmente ser lançado para PS4, Xbox One e PC.
Embora não seja uma adaptação literal de Estrada da Fúria, Mad Max incorpora elementos familiares do universo cinematográfico, como Gas Town e referências ao Thunderdome, criando um elo tangível com os filmes. O resultado é um jogo que não só respeita a mitologia da franquia, mas também a expande de maneira criativa e envolvente.
Conexão com os Filmes: Um Deserto Fiel
Conexão com os filmes: um deserto fiel é um dos principais trunfos de Mad Max, pois o jogo consegue traduzir o mundo insano e abandonado dos filmes em uma experiência interativa única. O Wasteland do jogo é um deserto vasto e opressivo, repleto de canyons, ruínas e tempestades de areia, que refletem a estética dieselpunk que caracteriza a franquia.
Cada região do Wasteland tem sua própria história, contada através de destroços e relíquias que revelam os vestígios do colapso da civilização. Facções como os War Boys e os Buzzards não apenas reforçam a conexão com a mitologia cinematográfica, mas também adicionam profundidade ao universo do jogo, mesmo que a narrativa em si seja independente.
George Miller, apesar de não dirigir o jogo, deixou sua marca ao orientar a Avalanche Studios na captura do espírito de sobrevivência e desespero que define Mad Max. O jogo se destaca ao apresentar um mundo onde carros são reverenciados como armas e símbolos de poder, e a escassez de recursos — como água, combustível e munição — reflete a luta brutal que vemos nas telonas.
Essa conexão com os filmes não é apenas superficial; ela permeia a jogabilidade e a narrativa, criando uma experiência imersiva que faz o jogador sentir-se parte do universo Mad Max. O design cuidadoso e a atenção aos detalhes garantem que o jogo não seja apenas um tie-in, mas sim uma expansão digna da rica mitologia criada por George Miller.
Combate, Corridas e Explosões
Combate, corridas e explosões são aspectos fundamentais que tornam Mad Max um jogo memorável. O sistema de combate é elogiado por sua fluidez e visceralidade, oferecendo uma experiência intensa tanto em confrontos corpo a corpo quanto em batalhas veiculares.
No chão, o estilo de luta é inspirado na série Batman: Arkham, com indicadores visuais para ataques e contra-ataques que permitem que Max execute golpes brutais, especialmente em seu estado “frenético”.
Armas como o Thunderstick explosivo e o clássico shotgun de cano duplo adicionam uma variedade de ações, embora a munição seja limitada, um detalhe que reforça a lógica do universo pós-apocalíptico. Cada luta exige estratégia e habilidade, tornando os confrontos emocionantes e desafiadores.
Combate veicular e personalização
Entretanto, é no combate veicular que Mad Max realmente brilha. Cerca de 60% da jogabilidade gira em torno da pilotagem do Magnum Opus, que pode ser customizado com uma variedade de armas, como arpões, lança-chamas e armaduras reforçadas.
As perseguições no deserto são emocionantes, com carcaças de metal colidindo em alta velocidade, exigindo que o jogador equilibre ataque, defesa e manobras arriscadas.
Esse sistema de corridas e batalhas não apenas captura o caos dos filmes, mas também influenciou títulos posteriores, consolidando a Avalanche Studios como uma referência em jogos de ação open-world.
Cada explosão, cada colisão e cada corrida se tornam parte de uma experiência imersiva que mantém os jogadores investidos na luta pela sobrevivência no Wasteland.
Um Clássico Cult Nascido na Sombra
Um clássico cult nascido na sombra é uma descrição que se encaixa perfeitamente em Mad Max, um jogo que, apesar de suas qualidades inegáveis, não teve o impacto comercial que merecia. Lançado no mesmo dia que Metal Gear Solid V: The Phantom Pain, o título da Avalanche Studios enfrentou uma concorrência feroz e acabou ofuscado, resultando em vendas decepcionantes.
As críticas ao jogo foram mistas. Enquanto a direção artística, o combate veicular e a atmosfera do Wasteland foram amplamente elogiados, a narrativa e o design de missões foram considerados repetitivos por alguns críticos. No Metacritic, as notas variaram entre 69 e 73, refletindo uma recepção mediana, mas aquém do que o jogo realmente merecia.
Com o passar dos anos, Mad Max ganhou vida nova entre os jogadores, tornando-se um verdadeiro clássico cult. Comunidades online, como as do Reddit e fóruns de games, começaram a celebrar sua jogabilidade envolvente e seu mundo imersivo, defendendo que o jogo merecia mais reconhecimento e carinho por parte da Warner Bros.
A percepção em torno de Mad Max mudou drasticamente. O que antes era visto como um “bom jogo licenciado” agora é reconhecido como uma obra subestimada, digna de revisitação. Sua jogabilidade, rica em detalhes e inovação, e a atmosfera de desolação se destacam como testemunhos do talento da Avalanche Studios, que criou uma experiência que vai muito além de um simples tie-in.
Por isso, Mad Max se consolidou como um título que, mesmo nas sombras, brilha intensamente, e que merece uma segunda chance — seja através de remasterizações, DLCs ou até mesmo uma sequência que explore ainda mais seu universo fascinante.